Eu sou assim... e ele será que existe?

Regresso lentamente a mim mais uma vez… acordo depois de mais uma queda. Porque insisto em atirar-me de cabeça de precipícios e sem qualquer plano de segurança? Se ao menos pudesse descobrir uma forma de me inibir de sentir, de dar tudo de mim quando me apaixono… por que raio é que tem sempre que ser tudo ou nada? Porque é que me deixo para trás cada vez que, depois de ter dito mil vezes que não o repetiria, me apaixono por mais um candidato a príncipe encantado?

A minha resposta para mim mesma em forma de consolo é: não sei ser de outra forma! Sou o que sinto; e quando sinto, quando amo, não há metades, tem que ser com cada poro do meu corpo, com cada pedaço da minha alma, com tudo… se calhar esta coisa de entrega total até está fora de moda… se calhar enganaram-se no século onde nasci! Azar! Sou assim e acabou-se, pronto!

Há-de haver um dia alguém que como eu aprecie aquelas pequenas coisas da vida que dinheiro nenhum pode pagar e que se cruzará no meu caminho. Alguém que goste de passear de mão dada à chuva, que tenha tempo para rir, que goste do sol e que sofra quando vê outros sofrer, que queira ser todos os dias uma pessoa melhor e que se esforce para isso. Alguém que em vez de oferecer uma flor a fotografe e ma envie por e-mail simplesmente para não a matar e mesmo assim poder partilhar a beleza dela comigo; alguém que não pense que os meus sonhos são idiotas e que não se importe que eu esteja sempre a mudar de ideias; alguém que trate as mulheres com respeito mas que queira apenas uma para partilhar a vida, alguém que ame com tudo como eu e que partilhe as duvidas, medos, alegrias, tristezas…tudo… continuo a acreditar que esse alguém existe… serei demasiado utópica para pedir que exista alguém assim no meio de tantos milhões de pessoas?