sexta-feira, abril 28, 2006

Adeus...

Lembras-te daquele dia, na varanda do restaurante na Guia enquanto esperávamos pela comida… pegastes-me na mão, fizemos planos para o futuro que incluíam sempre bebés e praias naturistas… nesse dia, e noutros como esse, pensei que o paraíso era ali e que ainda havia esperança para um “nós” que teimávamos em não deixar existir, mas que no fim de contas nunca deixou de estar presente enquanto durámos. Tínhamos a certeza de existir um para o outro e isso chegava. Agora já nada é suficiente… o “nós” deixou de existir, existe um “tu” e um “eu” que mal se comunicam… mas apesar de tudo guardo com carinho essas memórias que para mim foram dias ou momentos perfeitos, e que tenho a certeza que nunca se repetirão… Adeus!

quinta-feira, abril 27, 2006

Incerteza



A verdadeira fonte da incerteza está nas intenções dos outros.
(Peter L. Benstein)

quarta-feira, abril 26, 2006

Elogio ao Amor puro

Normalmente não tenho a minima paciência para ler as cenas que este senhor escreve, mas para mim este texto está perfeito:

"Há coisas que não são para se perceberem.
Esta é uma delas.
Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la.
Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.
A culpa é minha.
O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer.
Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.
Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito.
Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa.
Por causa da cama.
Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais,
discutem tudo de antemão,
fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante
psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas,
em vez de se apaixonarem de verdade,
ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro,
do amor cego, do amor estúpido, do amor doente,
do único amor verdadeiro que há,
estou farto de conversas, farto de compreensões,
farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos,
tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco,
de um rasgo de ousadia,
são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina,
malta do "tá bem, tudo bem",
tomadores de bicas, alcançadores de compromissos,
bananóides, borra-botas,
matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura,
a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio,
o medo, o custo, o amor,
a doença que é como um cancro a comer-nos o coração
e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha.
Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo,
a pancadinha nas costas, a pausa que refresca,
o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,
o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.
Odeio os novos casalinhos.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance,
gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja.
Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender,
não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz.
É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar,
para nos levar de repente ao céu,
a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio,
não é um fim, não é um princípio,
não é um destino.
O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar.
A desatar a correr atrás do que não sabe,
não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade.
É por isso que a ilusão é necessária.
A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida.
A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos.
E durante o dia e durante a vida,
quando não esta lá quem se ama,
não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber,
amar e não se ter, querer e não guardar a esperança,
doer sem ficar magoado,
viver sozinho, triste,
mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder.Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também."

(Miguel Esteves Cardoso)

quinta-feira, abril 20, 2006

Tempo e Amor

No final das contas, o tempo e o amor são os dois elementos sobre os quais nunca se pode ter certeza. (Alice Hoffman)

História mal acabada


Hoje vi o que temi tanto tempo estampado no teu olhar… há dois dias que o persentias e hoje… hoje lá estava ela, enfezada e com um ar cadavérico enfiada naquela fila de trânsito. Disseste-me: Está feia… pesou-te a culpa. Não foi só preocupação que senti no teu olhar… ainda a amas e eu sinto que quem está a mais no meio disto tudo sou eu. Raios, odeio histórias mal acabadas!

quarta-feira, abril 12, 2006

Pink Death

Quem não vê a morte de cor rosa sofre de um daltonismo do coração.
(Emil Michel Cioran)

Paixões

As paixões são loucas, porém não precisam de ser burras.

(Alberto Goldin)

A Tábua

Conta a história que um garoto que passava a vida a fazer maldades, causando problemas a todos lá casa com um comportamento cheio de pequenas maldades e de actos menos dignos.

Um dia, o seu pai chamou-o para conversar. O garoto, tremendo de medo por saber que tinha culpa no cartório, esperava que o pai o repreendesse violentamente, mas ao contrário do que o menino esperava, o seu pai falou-lhe com calma e com muito carinho. Disse-lhe que observava a sua conduta errada, e que iria lhe propor uma fórmula que esperava que o ajudasse na sua vida.

Mostrou-lhe uma tábua muito bonita, envernizada, e propôs-lhe que cada vez que ele fizesse algo errado, ele, o pai, iria pregar na tábua em questão um prego. A partir daí, seu pai vivia com o martelo na mão, colocando um prego atrás do outro na tábua.
O garoto, cada vez que via o pai martelando na tábua, sentia uma dor no coração. Ele sentia pela tábua, tão bonita, que ia ficando toda marcada e sentia mais ainda por saber que as suas atitudes é que estavam a provocar aquilo.
Não aguentando mais aquela situação, foi falar com o seu pai. Este, então, resolveu propor-lhe o seguinte. Cada vez que ele fizesse uma boa ação arrancaria um prego da tábua.
Com alegria, o garoto viu desaparecer, um a um, todos os pregos daquela tábua. Um dia percebeu que já não havia um só prego na tábua. Mas as marcas dos pregos estavam lá.
A tábua perdera a beleza do passado, e agora era uma tábua feia e marcada. Foi conversar com seu pai. quer lhe disse que o que acontecia com a tábua é o mesmo que acontece conosco. Todo o mal que praticamos, mesmo depois de reparado, deixa marcas profundas no nosso ser, para todo o sempre.

segunda-feira, abril 10, 2006

Consequências

Na natureza não existem recompensas nem castigos - apenas consequências.
(Robert Green Ingersoll)

sexta-feira, abril 07, 2006

O Chavão

Talvez hoje em dia o "amo-te" seja dito à maneira americana...
entre o "despe-te depressa" e o "até qualquer dia"... (Blog Tatoia)

quinta-feira, abril 06, 2006

A vida continua


Em duas palavras eu posso resumir tudo que aprendi sobre a vida:
ela continua.